
8ª Matéria da série: Entendendo a Crise na economia imobiliária - Orientar sem apavorar e explicar para corrigir e prevenir - Parte 3
Olhando para a história da cidade, o avanço imobiliário recente só aconteceu em igual pujança nas décadas de 20 e 30, onde viveu-se o apogeu da “Belle Époque Carioca”.
Um momento tão marcante para a nossa sociedade, em todos os níveis, inclusive no imobiliário, que: “...caracterizaram no ideário coletivo o Rio Antigo, em 1928, o jornalista e escritor maranhense Coelho Neto descrevendo o Rio de Janeiro em contos como "A Cidade Maravilhosa", apelido este que inspirou a marcha de carnaval de mesmo nome e composta em 1934 por Antônio André de Sá Filho.”
Quando olho para a minha cidade, penso no RJ como podendo ser literalmente a capital do turismo das Américas, assim como Paris é da Europa, mas a questão seríssima da Violência descarta por completo esse sonho, entre o abandono da educação/cultura.
Temos muitos recursos disponíveis para efervescer toda a economia carioca e voltarmos a um volume maior de negócios imobiliários, mas......!!
Existe potencial de expansão em muitos cantos do RJ, pois a cidade tem geografia pródiga, a maior floresta urbana do mundo, inúmeros cartões postais, um povo magnífico, praia, história e cultura a serem explorados, clima abençoado, uma população diversificada em gêneros e raças que nos permite, através da inclusão, a realização de uma sociedade mais próspera em todos os níveis.
O mercado imobiliário engordou em valores de tal forma nos anos pródigos, que acabou por nos proteger com sua enorme obesidade e até o momento não tivemos uma queda em valores que possamos chamar de expressiva nos últimos 3 anos e meio, quando então passamos a viver uma relação de maior restrição operacional no setor.
O que aconteceu é que o mercado, a nível nacional, começa a corrigir menos que a inflação, surge a natural dissipação de preços de meados de 2014 até os dias de hoje, por conta dos seguintes fatores:
a) Os Bancos, aqueles que enriquecem ano após ano em todos os cantos do planeta, freiam a entrada de dinheiro que até então via-se nesse período (entre 2008 e 2014) como barato e acessível, isso tomando-se por base a história de nossa economia e não a historia da economia mundial, pois dinheiro barato emprestado por bancos no Brasil nunca houve.
b) Na busca pelo mais conveniente, eles mudam por inúmeras vezes as regras de financiamento, alterando taxas e seus normativos. Tudo acontece como medida preventiva para não suportarem prejuízos, uma vez que indícios consistentes apontavam para uma inadimplência generalizada. Sabedores sempre em primeira mão da Desaceleração da economia, provocando desemprego em massa, e os épicos acontecimentos da Lava Jato, esse e outros fatores são mais que suficientes para pô-los em alerta máximo.
c) Num passo seguinte, entendendo que o “imóvel é um ativo”, os proprietários usam seu patrimônio para a solvência de dívidas provenientes da desaceleração da economia e fatores adicionais, fato que aumenta a oferta, inchando a máquina imobiliária, que tem dificuldade de escoar com a mesma velocidade com que fazia nos anos dourados. Falamos aqui da lei de procura e oferta que eleva ou diminui valores!!
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7ª Matéria da série: Entendendo a Crise na economia imobiliária - "Orientar sem apavorar e explicar para corrigir e prevenir - Parte 2" - Dia 08/02/2017
Próxima Matéria:
9ª Matéria da série: Nossa atual economia imobiliária não é das piores e isso não é otimismo – Parte 1